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Loja O Ateliê de Cerâmica

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A Galeria d’O Ateliê de Cerâmica está localizada no coração de Belo Horizonte, próximo à Praça da Liberdade, em uma casa dos anos 1950. O projeto de restauro e ambientação ficou a cargo do escritório MOBIO Arquitetura, dirigido pelo arquiteto Gabriel Castro, com a contribuição dos artistas ceramistas Flávia Soares, Daniel Romeiro e Luiza Soares, responsáveis pelo paisagismo.

Visando à ressignificação do patrimônio histórico com a reintegração do edifício à cidade e à atualização dos espaços para uso contemporâneo, o projeto destaca o trabalho autoral do coletivo, que inclui objetos cerâmicos utilitários, peças de mobiliário originais e projetos artísticos. Além disso, o local abriga um café e a sede da MOBIO Arquitetura.

A edificação é tombada e foi projetada em 1950 pelo trio de arquitetos mineiros Walter Machado, Jeferson Lodi e Suzy de Melo como residência do casal Gilda Falci e Milton Mourão.

O projeto original da casa reverbera o vocabulário projetual da primeira fase do modernismo brasileiro e explora o potencial plástico do concreto armado através das curvas da marquise ondulada que marca a fachada e o teto do salão principal com laje abobadada.

A edificação foi restaurada com a recuperação dos pisos em peroba do campo, marmorite e vidrotil, reabilitação das esquadrias de ferro, recuperação das marcenarias originais em madeira, restauração e complementação dos dispositivos de iluminação originais.  Também foram realizadas diversas intervenções com aprovação da Diretoria de Patrimônio de Belo Horizonte,  dentre as quais a demolição do muro que escondia a casa com substituição por um gradil metálico leve que permite uma abertura generosa e garante a permeabilidade visual quando fechado.

O pátio interno, um espaço estratégico com paisagismo exuberante, está integrado à galeria e ao café através das várias esquadrias, áreas que permitem a circulação e ventilação. Foi instalada uma pérgola em perfis metálicos para apoio das plantas trepadeiras que estão formando um caramanchão para atuar na proteção da fachada Noroeste.

Na piscina de formato amebóide, o nível mais profundo foi nivelado com a instalação de um deck de madeira apoiado sobre os azulejos originais, transformando o receptáculo em um mobiliário informal utilizado nos pequenos eventos promovidos pel’O Ateliê de Cerâmica.

Para a Galeria, foi projetado um mobiliário modular neutro com medidas estratégicas para funcionar como peças multiuso e complementares. Um módulo retangular, por exemplo, pode atender três alturas expositivas: tablado médio, mesa ou totem. Já os módulos redondos ampliam as possibilidades de composição que surgem a cada montagem.

Além disso, há um sistema modular de prateleiras em alumínio e vidro com iluminação embutida e um acervo de móveis de design brasileiros assinados por nomes como Percival Lafer, Sergio Rodrigues e Jorge Jabour Mauá que complementam as superfícies expositivas e compõem os espaços usufruídos pelos visitantes.

O novo paisagismo contemplou o uso de espécies tropicais como helicônias, monsteras, filodendros e inhame roxo estrategicamente plantadas de acordo com a insolação de cada região da casa para a criação de massas verdes desejadas tanto para proteção solar como ornamentação.

A empreitada de assumir uma edificação tombada, restaurá-la e ocupá-la comercialmente atualiza e traz novos sentidos para os espaços. A iniciativa demonstra o potencial de adequação de uso de imóveis históricos anteriormente privados. A partir de uma revitalização respeitosa, que atualiza mas também valoriza, a edificação é reintegrada à cidade, permitindo a fruição pública.

Nesse novo cenário, O Ateliê de Cerâmica se posiciona também como um equipamento cultural da cidade de Belo Horizonte promovendo eventos como “Conversa com o Autor” com Francesco Perrotta sobre a biografia de Lina Bo Bardi. Conjugando o patrimônio histórico com mostras, exposições e eventos culturais focados no design e na cerâmica, o coletivo convida a uma imersão nos temas do ofício tradicional e da arte contemporânea.